segunda-feira, 17 de maio de 2010

Momento imóvel


É interessante como cada vez mais me apego a coisas pequenas ou que parecem insignificantes. Hoje me despeço de St. Louis, na verdade terminei de escrever, já sinto falta daquele mundo que a tempo estava familiarizado, enquanto escrevia observava meus dedos, o que há neles além da carne?. o que a neles além de uma vontade esquecida?. Durante os últimos dias andei reparando nessas pequenisses, gosto muito da unha do meu dedo mindinho direito, não sei pq mas gosto, e acho que essas praias tem azul demais, reparei como a areia tende a entrar em meu pé esquerdo incomodando meus dedos. Agora durante esse meu recesso o tempo parece passar em um ritmo arrastado, talvez seja por isso que posso reparar em pequenos momentos, e quando acontece fico imóvel como se embebido pela vontade de dilatar o tempo ainda mais para não perder cada detalhe, vago por ai em busca de um momento imóvel, até quando terei capacidade de dilatar o tempo? Hoje, não sinto conforto em escutar nenhuma voz, prefiro tentar escutar esse vácuo do tempo dilatado que é imune a cicatrizes do passado e esse som inaudível embala meus pensamentos na balada do silencio que freqüentemente me conforta, até quando? Só posso a pedir a todos deuses desse silencio que me protejam de tanta mágoa " Toda raiva é muda e o silêncio incita a cólera" ( palavras de Nestor Castro Sotters)

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Um dia de Gato.


Quase cinco minutos que dormi, agora já deve ser hora de acordar, pronto estou acordado, isso agora é hora de dormir novamente, creio que na próxima vez que acordar eles ja estarão acordados, quando fecho os olhos só me vejo correndo atrás de todo tipo pequenos animais, ratos, baratas, aquele em formato de linha e aquele em formato de bolinha de papel que odeio tanto. Será que hoje um deles me serve um pouco de leite?. Acho que no fundo gosto deles e eles de mim, aquela de pelos pretos um pouco menor não gosta de ser acordada com minhas especiais mordidas, o outro já não liga, Ah eles estão se movendo está chegando a hora, como gosto dessa hora, fico muito empolgado quando chega esse momento, a menor sempre me alimenta primeiro e solta alguns sons, as vezes parece de carinho, mas quando meu banheiro está cheio parece esbravejar, mas depois se arrepende e coça minha cabeça, ficarei a posto ao lado da mesa esperando algo que caia, também tenho uma cadeira como eles, mas as vezes eles esquecem de puxa-la para que eu posso subir e ficar tão grande quanto eles, acho que de todas os gatos que conheci na minha enorme vida eu sou o mais feliz, sempre me queixo da solidão mas eles não me escutam, em alguns dias as janelas ficam abertas e posso explorar a parte externa de meu reino, aliás um reino muito bonito, todo cinza bem aberto e com cheiro de passaros, o maior tenta se cominicar comigo durante as mahãs que passamos juntos, gsto muito dessas manhãs, ganho vários alimentos diferentes e deitamos juntos olhando para aquele ponto que brilha, não sei oque vejo mas se ele olha então deve algo que se deve fazer. Em um certo momento ele começa a se movimentar, cortando, picando e me alimentando de pequenos pedaços, derrepente a menor chega, dentro daquela maquina estranha, ela entra, eles tocam as faces, as vezes ela pronuncia animal imundo olhando para mim, deve ser uma coia boa sei lá, acho muito estranho quando e la entra em uma caminhda estranha chaqualhando as mãos e dizendo " xixi","xixi", vai direto para o cômodo refrescante e fica lá dizendo, " não vem aqui" deve ser algum tipo d e ritual para a caixa deles que não é de areia é d e aguá lá. quando escrece é amesm coisa, em dias uantes sentamos os três na parte externa do reino e ficamos lá, acho que somos os lideres d toda essa região, eu protejo eles daquele louco que fica no telhado, tenho certeza que logo vou ser o lider, já estou grande e corro muito rápido até caçei um rato.Mas hj as coisas são diferentes, passo muito tempo sozinho, o maior deve ter morrido ele sumiu, sou o lider eu acho mas não tenho mais grupo pra liderar, ela as vezes aparece por a qui, vou proteje-la de qualquer coisa principalmente daquelas bolinhas de papel que nunca mais se atreveram a aparecere por aqui, ela orme muito, eu gosto, porque também gosto de dormir bastante, hj eu fecho os olhos e me vejo sentado na frente do reino os três juntos como lideres da rua

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Diamantes de pedaços de vidro


Há uma espécie de pandemônio abafado no ar, como se estivesse reprimindo algum tipo de violência que espera um advento insignificante, um detalhe escondido, algo microscópio mas inteiramente impremeditado. Hoje passei o dia sem escutar a minha voz, não disse uma palavra se quer e realmente é muito estranho, por alguns breves segundos você esquece o timbre de sua voz e parece que nunca mais vai conseguir balbuciar uma palavra, as palavras me parecem estranhas, pensamentos me parecem estranhos, quando terei a dádiva dada apenas aos epilépticos de perder a noção de tempo e espaço? Nesse momento sinto meu núcleo tornando-se cada vez mais sólido e a realidade próxima cada vez mais entorpecida, quanto mais metálico mais frio. Todo estado de tensão deve ser finamente traçado driblando toda essência que ainda resta em meio as ruinas, só assim poderei encarar o absoluto, só assim poderei encontrar qualquer vestígio de absoluto. amanhã pode haver uma guerra mas hoje estou intacto, terremotos acontecem, desgraças de todos os calibres, mas eu continuo intacto, parece-me que tudo já aconteceu e nada foi suficiente para me destruir, de ilusões na da resta mas eu continuo intacto, se sou um esqueleto recoberto por alguma quantia de carne a qual tento proteger a qualquer custo, serei este esqueleto até o fim, mas sempre intacto. As vezes acho que busco o limite da resistência e estou com as costas na parede e que todos os deuses me protegem de tanta mágoa. Agora penso muito em meu irmão, lembro de uma vez que brincávamos de buscar pedaços de vidro pela rua eram nossos diamantes pegávamos todos tínhamos a leve sensação de estar enriquecendo e em um ato de ilusão infantil meu irmão apertou o pedaço de vidro e cortou a mão, eu me esqueci da casa em que morava da comida que comia e das palavras que repitia mas jamais me esqueci do corte na mão, nunca esquecerei nossos diamantes de pedaços de vidro.