segunda-feira, 28 de junho de 2010

Inviolável


Onde escondemos os novos demônios de nossa sociedade?. Que estão proibidos de enunciar as verdades incomodas desse covil, entre os dentes serrados de todos os falantes surgem fetos de pequenos demônios que habitam sombras e consomem desejos, embalados, acomodados e esterilizados. Nada acontece, apenas embalagens muito bem fechadas caminham de um lado para o outro buscando um pouco mais de vácuo, por mais delirante que pareça assim será, as partículas sólidas serão retidas e comprimidas permitindo que apenas o ar saia pelo pórtico de exaustão, assim muito bem fechados viveremos e quando por algum motivo no mínimo por uma anomalia psíquica uma embalagem é violada ela é retirada de circulação até o vácuo ser restituído e os pensamentos fechados em sacos zip lock. Tudo que esta a vácuo reduz em 80% de seu volumne e assim hermeticamente selados buscamos algum movimento mesmo que seja um espasmo involuntario dentro de nossa queridas monstruosidades cotidianas. De todas essas monstruosidades humanas de significado universal as que nos causam mais terror são aquelas reprimidas nos corpos castrados suavemente com angustias rotineiras, chegam ao ponto de sufocar, e nesse ponto que surgem corpos transtornados que brincam com as deformidades da sociedade que em sua dança de quase-monstros buscam uma não identidade. Dentro de toda nossa desonestidade e hipocrisia velada existe algo inviolável que jamais pode ser rompido apenas resvalado e revelado em palavras, gemidos, ruídos e grunhidos, reaproveitando todo lixo escondido nos cantos de toda embalagem reinventando o desprezo por qualquer tipo de linguagem.