segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Colapso
Esperamos um amigo, uma conexão melhor, novas notícias, não ficar doente, andar por uma casa grande, uma noite parada, uma vida complexa, uma rotina detalhada, um grito na cara, observar um desastre, não ter uma diminuição repentina das funções vitais, que as pontes cumpram seus deveres sem falhas nas estruturas, que microondas não explodam em pedaços radioativos, nunca se esquecer de trancar as portas, de telefonar se necessário, manter uma boa distância de confusões, escolher caminhos mais iluminados, caminhar por lugares conhecidos, nunca abrir a porta para estranhos, olhar para os dois lados antes de cruzar a rua, perder algumas chances, aproveitar outras, afastar-se de qualquer hipótese de dilaceração, terapias eficazes, forcas que suportem o peso, gasolina aprovada, pequenas fantasias depravadas, roupas anti-corrosivas, gelo pronto em cinco minutos, nunca esvaziar nossa mente, sentir pena, raiva , ódio, vontade, beber pouco, cavar uma boa trincheira, participar pelo menos de um picnic, definir uma noite como especial mesmo que ela não tenha acontecido, definhar no final, um pouco de dignidade, cabeleireiros mudos, unhas que cresçam regularmente, não participar de uma exumação, proteger crianças, perdoar velhos, santificar mortos, manter contas em dia, cuspir apenas quando estiver sozinho, nunca assoprar castelos de cartas, nunca ficar sozinho mais de doze horas seguidas, seguir, nunca ser seguido, evitar medicamentos vencidos, não tocar em corrimãos, ser recompensados, usar cola atóxica, não ser mutilado por facínoras, nem decapitado por mendigos infectados, contar o tempo meticulosamente, não ficar cego, não ficar longe de espelhos, evitar mostrar erupções cutâneas, tomar chá, verde, preto, amarelo, vermelho e transparente, cuidar da memória, evitar a loucura, a insanidade mental das crianças, beber água filtrada, colidir com poucos deformados, arrasados, dormir cedo, evitar pensamentos noturnos, criar expectativas, enterrar expectativas, criar monstros, aprisionar fetos em recipientes desinfetados, esquecer de toda placenta viscosa que um dia nos envolveu, usar palavras amáveis, não colocar a mão em arames enferrujados, inventar uma cor para cada som da palavra falada, cérebro intacto, memória sana, inventar lapsos, rir de medo do caos, pisotear vísceras, ser os trombones de uma batalha estética, construir conceitos, emparedá-los também,criar línguas, executar movimentos leves e acordar no mais completo vazio de um colapso mental..............zratre camini, zivrer grabam, strone , pitrufi, ignot, prambuli, braka ztruca nida vertraz, cprona, zurutra ravraka jraletruvianda nipriki e reralazam jruvijrujricabrana zastrez.
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Modafoca, ainda me assusta e admira o poder das imagens que você domina com tanto vigor. Não faça como nos ensinaram ridiculamente no teatro, não abandone o que você domina, não tenha medo de sua poética, agarre pelos cabelos a linguagem que é só sua...
ResponderExcluirfraternalmente
rogê
Adorei... mais uma vez!
ResponderExcluiracidentes, esperando para acontecer.
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